terça-feira, 9 de outubro de 2018

Derrotar Bolsonaro e construir a alternativa socialista!


Partido Comunista Brasileiro (PCB) e a militância de todos os
nossos coletivos de luta, ao longo dessa campanha eleitoral, marcharam com
firmeza, ousadia e combatividade com a candidatura de Guilherme Boulos e Sônia
Guajajara para a Presidência da República, fato que representou a formação de
uma aliança histórica entre o PCB, o PSOL, MTST, APIB, Mídia Ninja e vários
outros movimentos populares do país, com um programa claro de enfrentamento aos
privilégios, ao capital financeiro, ao agronegócio, aos monopólios em geral,
revelando assim a possibilidade de uma alternativa socialista e de um novo rumo
para o Brasil. Foi correta essa opção e faremos todos os esforços para que a
nossa aliança se mantenha nas lutas cotidianas para além das eleições.
A crise sistêmica do capitalismo acirra as contradições interimperialistas e
interburguesas. Em países periféricos, como o Brasil, a burguesia, associada ao
imperialismo, mobiliza todas as suas forças para atacar os direitos
trabalhistas, sociais e previdenciários, diminuir os salários, cortar
investimentos públicos e programas sociais, aumentar a exploração, privatizar e
desnacionalizar empresas estatais estratégicas e entregar recursos naturais. O
golpe burguês de 2016, midiático e institucional, buscou acelerar esses ataques
de todas as formas, mesmo sem legitimidade política. Nas entranhas do golpe, do
sistema político apodrecido e das necessidades do grande capital, fortaleceu-se
uma alternativa radicalizada de extrema direita e neofascista.
Jair Bolsonaro reúne o que há de mais atrasado na sociedade brasileira. No plano
econômico, apresenta um programa ultraliberal, reacionário e antinacional. No
plano social, anuncia a retirada de direitos, o aprofundamento da exploração e o
fim de qualquer proteção social à classe trabalhadora. Legitima e
institucionaliza a violência contra os trabalhadores, as mulheres, LGBTs,
indígenas, quilombolas e a juventude pobre, sobretudo negra. Reúne em torno de
si a bancada da bala, o agronegócio, políticos corruptos, milícias,
neopentecostais oportunistas e setores militares favoráveis à ditadura. Para
além disso, um eventual governo desse bloco político representa a ameaça de uma
progressiva repressão aos direitos democráticos dos trabalhadores e dos
movimentos populares.
Por sua experiência histórica, o PCB não subestima o fascismo, razão pela qual,
em que pesem todas as divergências que jamais deixamos de expor publicamente,
neste segundo turno indicamos voto crítico no candidato do Partido dos
Trabalhadores (PT), Fernando Haddad. O gesto do PCB é unilateral, compromissado
com as lutas pelas liberdades democráticas e antifascistas. Isto significa, em
definitivo, que os comunistas do PCB não irão compor um eventual governo
petista. Alertamos que, na atual conjuntura, há ainda mais dificuldades e menos
margem política e econômica para estabelecer uma governabilidade de conciliação
de classes. Infelizmente, Haddad e o PT já fazem acenos ao grande capital e
aceitam as propostas de reforma da previdência, termos da reforma trabalhista, a
não revogação da venda da Embraer e da privatização do pré-sal. Barrar  o
candidato da extrema direita não significa adesão ao projeto centrista de
remendar o pacto de classes rompido pelo golpe parlamentar e institucional de
2016.
Para o PCB a luta antifascista não se encerrará neste pleito. É fundamental
derrotar Bolsonaro nas urnas, defender as liberdades democráticas e fortalecer o
poder popular para enfrentar os ataques que virão. Será preciso manter a luta
pela revogação de todas as contrarreformas do governo Temer: a reforma
trabalhista, a lei das terceirizações, a reforma do ensino médio, a lei do teto
dos gastos, as privatizações, entre outras. Seguiremos lutando em defesa da
Petrobrás 100% estatal e do pré-sal, contra a reforma da previdência, pela
ampliação dos direitos políticos e sociais e por um programa que atenda os
interesses populares, apontando para a ruptura com o capitalismo e a construção
do socialismo.
07 de outubro de 2018.
Comitê Central do PCB


In
PCB
https://pcb.org.br/portal2/21028/derrotar-bolsonaro-e-construir-a-alternativa-socialista/
7/10/2018

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