Economia Solidária (FBES) :: FBES em mobilização contra criminalização das organizações da sociedade civil e movimentos sociais
 
 
    
      O Fórum Brasileiro de Economia Solidária vem a público solicitar apoio dos 
      parceiros e manifestar-se contra a criminalização das organizações da 
      sociedade civil e dos movimentos sociais pelo atual governo federal.
      Mais um episódio está aberto com a paralização dos convênios e projetos da 
      Secretaria Nacional de Economia Solidária (MTE) com organizações da 
      sociedade civil.
      Apoios a carta até quarta-feira (06.10) para o email forum@fbes.org.brEste 
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      Acesse a carta abaixo ou pelo link: 
      http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=1811&Itemid=99999999
      Carta à presidenta Dilma com relação as parceiras da SENAES/MTE com 
      organizações da sociedade civil
      Excelentíssima Senhora
      DILMA ROUSSEFF,
      Presidenta da República Federativa do Brasil
      A Plataforma pelo Novo Marco Regulatório das Organizações da Sociedade 
      Civil (OSCs), do qual o Fórum Brasileiro de Economia Solidária é 
      integrante, vem avançando desde 2011 na construção de uma proposta de 
      legislação para aperfeiçoamento do marco legal e de medidas visando mais 
      transparência sobre a atuação das OSCs, buscando diálogo com a Secretaria 
      Geral da Presidência da República e Vossa Excelência. Atualmente segue em 
      andamento no Senado o substitutivo ao Projeto de Lei 649/2011 sobre o 
tema.
      As organizações da Sociedade Civil têm desempenhado um papel fundamental 
      na construção, gestão, execução e controle social das políticas públicas, 
      contribuindo significativamente com sua execução de forma ágil, eficaz, 
      ética e comprometida com resultados qualitativos e quantitativos. Vossa 
      Excelência afirmou a necessidade de uma relação jurídica mais adequada 
      entre o Estado e as OSCs, reconhecendo que, para cumprirem suas funções, 
      “as entidades devem ser fortalecidas sem que isso signifique reduzir a 
      responsabilidade governamental, em um ambiente regulatório estável e 
      sadio”.
      Assim como Vossa Excelência, acompanhamos com preocupação as denúncias 
      sobre irregularidades em convênios firmados entre o Ministério do Trabalho 
      e Emprego (MTE) e entidades sem fins lucrativos, principalmente a maneira 
      como tais fatos vêm sendo tratados por setores de gestão pública e pela 
      mídia. Isso compromete a imagem pública de uma infinidade de organizações 
      e faz com que a opinião pública julgue sem critérios e se volte contra 
      todas as organizações, entre elas as que têm prestado relevantes serviços 
      à democracia e ao desenvolvimento deste país.
      Repudiamos diversas ações que vem sendo realizadas por este governo que 
      criminalizam as organizações da sociedade civil e os movimentos sociais, 
      colocando todas as parcerias, convênios e repasses de recursos sob 
      suspeita. O governo deve ter uma atuação para apurar os fatos denunciados 
      relativos ao Ministério do Trabalho e Emprego, bem como de outros 
      ministérios, e não bloquear a relação com todo o conjunto das OSCs, o que 
      gera uma penalidade injusta das mesmas, como a atual suspensão de todos os 
      repasses de recursos dos termos de adesão e convênios celebrados pelo 
      Ministério do Trabalho e Emprego, incluindo os da Secretaria Nacional de 
      Economia Solidária (Portaria 1.409/MTE). Isso traz o risco de interrupção 
      dos projetos e ações de economia solidária em andamento, visto que se até 
      final de novembro o MTE não celebrar os convênios, os recursos retornam 
      para os cofres da União.
      Esperamos maior proximidade do governo junto a sociedade, os movimentos 
      sociais e as organizações da sociedade civil para fortalecer a democracia, 
      superar as desigualdades e combater a pobreza. Os programas e projetos de 
      economia solidária, ainda com pequeno e limitado orçamento, são 
      prioritários na superação da pobreza e da miséria, fortalecendo práticas 
      de organização coletiva do trabalho, educação popular cidadã, finanças 
      solidárias, produção, comercialização e consumo, organização de redes, 
      entre outros, que atendem milhares de trabalhadores e trabalhadoras 
      brasileiras.
      Repudiamos o não andamento das políticas públicas de economia solidária, o 
      cancelamento de projetos em andamento ou qualquer outra penalização 
      injusta de parceiras da Secretaria Nacional de Economia Solidária 
      (SENAES/MTE) com as organizações da sociedade civil, as quais já passaram 
      por um rigoroso e burocrático processo público de conveniamento e 
      contratação com entidades reconhecidas dos movimentos sociais, sociedade e 
      pelos serviços que prestam.
      Apoiamos o trabalho da SENAES que desde 2003 atua para fortalecer as 
      práticas de economia solidária em conjunto com a sociedade e o movimento 
      social da economia solidária, a qual nunca esteve envolvida em denúncias e 
      escândalos por desvios de recursos públicos. Sem a sociedade civil 
      organizada, os programas e políticas públicas de economia solidária, da 
      agroecologia, mulheres, povos e comunidades tradicionais, e tantos outros, 
      não teriam seus objetivos alcançados com a mesma agilidade e 
      comprometimento para fortalecer estas práticas e contribuir 
      significativamente no processo de desenvolvimento justo, solidário e 
      sustentável deste país.
      Brasília, 01 de novembro de 2013.
    
In:
FBES
http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=7928&Itemid=62
1/11/2013
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