sexta-feira, 5 de junho de 2015

Embraer: sucesso, globalização e… ataque ao trabalho



por Arnaldo Mazzei Nogueira e Marco Antonio Gonsales de Oliveira


Greve de quatro dias, em 2014. Depois de privatizada, empresa viveu duas
“reestruturações” e demitiu mais de 11 mil. Salários equivalem a apenas 1/3 do
pago pelas concorrentes



A Embraer é uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo. Inaugurada em 1969
como empresa estatal estratégica para a indústria da defesa e segurança
nacional, símbolo do regime militar instaurado em 1964, a companhia expandiu
suas atividades no segmento da aeronáutica e se tornou umas das principais
empresas deste seletíssimo setor. No entanto, este voo não trafegou apenas por
céus de brigadeiro.

A Embraer passou por diversas reestruturações, financeiras e produtivas, que
trouxeram crescimento de produtividade, ainda que sob crescente insatisfação,
principalmente dos empregados da produção.

Paradoxalmente, o quadragésimo quinto aniversário da empresa — o ano de 2014 —
ficará marcado pela maior greve [1] realizada pelos trabalhadores da Embraer no
período pós-privatização (1994). Foram cinco dias de portões fechados: em 9 de
outubro e 5 a 8 novembro, com adesão de 10 mil empregados.

Em setembro, a mobilização já havia ocorrido na planta da avenida Faria Lima, em
São José dos Campos (SP) e ocasionado atraso na produção. Em outubro, os
trabalhadores cruzaram os braços por não concordarem com a proposta de reajuste
salarial de 6,6%, o que representava um aumento real de 0,24%. Em novembro, a
reivindicação dos trabalhadores foi contra a nova proposta de reajuste de 7,4%,
enquanto empresas da região como Armco, Ericsson, Chuman, TI Automotive, Blue
Tech, entre outras, acordaram reajustes que variaram entre 9% e 10%, à exceção
da Panasonic, que acordou o reajuste de 8,5%.

“Um insulto aos trabalhadores da Embraer. Apenas até setembro de 2014, a empresa
registrou lucro de R$ 554 milhões, o triplo do registrado no mesmo período do
ano anterior”, ressalta Herbert Claros, mecânico ajustador da Embraer há nove
anos e vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
Para se ter uma ideia, pessoas que produzem aviões, supostamente uma “elite” da
classe trabalhadora, têm o piso do salário fixado em R$ 1.336,00 (2015). A
mão-de-obra representa 8% do total dos custos da empresa. A empresa paga três
vezes menos aos seus empregados operacionais do que as suas principais
concorrentes. Enquanto o salário-hora médio da produção da Boeing é de U$ 26,20,
o da Airbus U$ 25,10 e o da Bombardier é de U$ 20,50, o da Embraer é de U$ 7,51
ou R$ 4.961 por mês (2015).

Em 2014, a empresa dividiu a título de PLR (Participação nos Lucros e
Resultados) R$ 16 milhões entre oito diretores (dois milhões pra cada). Enquanto
isso, 17 mil trabalhadores dividiram R$ 35 milhões (R$ 912 + 12,4% sobre o
salário). A diferença é tão brutal que é impossível não causar indignação. Sem
contar que o assédio moral é uma política institucional da Embraer, que age com
ameaças, perseguição e não respeita o direito de organização dos trabalhadores.

O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos Herbert
Claros, também militante do PSTU, escolheu trabalhar na Embraer com o objetivo
de revitalizar o movimento sindical após a privatização da empresa [2]. Entre
1989 e 94, 7.354 funcionários foram demitidos, dentre eles todos os membros da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e diretores sindicais. No dia
15 de abril de 2015, Herbert tomou posse no Conselho de Administração da
Embraer, eleito com 4.070 votos.

Ações mais valiosas

A Embraer conta com mais de 19 mil empregados espalhados pelos quatro grandes
continentes. Já produziu mais de cinco mil aeronaves, é a terceira maior
fabricante de jatos comerciais do mundo e suas ações estão frequentemente entre
as melhor avaliadas no mercado financeiro. Trata-se de uma empresa global cuja
definição envolve todas as características da empresa moderna da fase
monopolista do capital: produção técnica com forte capacidade rentável sobre o
trabalho, divisão administrativa em diversos níveis com efeitos na estrutura
ocupacional, departamento mercadológico com capacidade de induzir a demanda,
comando financeiro do processo e das decisões empresariais,além da gestão
planejada com efeito de coordenação social.

A diferença entre elas é o aumento da complexidade destas unidades, muito mais
articuladas e sensíveis ao mercado e à competitividade global. A empresa global
de hoje refere-se à moderna corporação de alto valor agregado que atua em uma
teia empresarial global diversa, heterogênea e flexível, dirigida por executivos
profissionais que acima de tudo solucionam problemas de interesse dos
acionistas.

As duas grandes reestruturações da Embraer ocorreram em 2006 e 2009. A primeira
deu-se no âmbito financeiro, visando à valorização produtiva e acionária: a
empresa pulverizou o capital e alterou seu nome – de Embraer – Empresa
Brasileira de Aeronáutica S.A. – para Embraer S.A.. Nesse ano, todas as ações
passaram a ser ordinárias e, portanto, sem a figura do acionista controlador. A
pulverização de capital diminuiu o custo de financiamento e aumentou a liquidez,
somando-se novas tecnologias de ponta que intensificaram o trabalho.

A maior comprovação deste argumento veio em seguida, com a segunda grande
reestruturação – agora, no âmbito produtivo. Sob a justificativa da crise global
de 2008-09, a Embraer demitiu mais de 4 mil trabalhadores em fevereiro de 2009.
As perdas da empresa referem-se a especulações no mercado financeiro e não a
produtividade. Neste mesmo ano (2009), bateu recorde de produção, com 244
aeronaves entregues; e em 2010 produziu ainda mais, 281 (ver gráfico G.02,
abaixo). Apenas com a introdução de novas tecnologias e com a intensificação do
trabalho é possível a uma organização dar tais saltos de produtividade.

Não obstante, alguns empregados foram readmitidos pela Embraer em 2011, com
salários inferiores aos praticados anteriormente. Empregados com salários de R$
3.620 em 2009 foram contratados por R$ 1.504, ou até mesmo por R$ 960, como
relata um funcionário que anteriormente recebia R$ 3.200, fato constatado por
Lívia de Cássia G. Moraes (2013), em sua brilhante tese sobre as reestruturações
e a intensificação do trabalho na Embraer.

As reestruturações estão relacionadas diretamente com o processo de privatização
da Embraer e com a adoção do modelo de gestão neoliberal voltado para garantir
tanto o retorno do investimento aos acionistas quanto o posicionamento
competitivo global. As demissões foram o resultado “natural” deste paradigma e
significam profunda crise social. Toda a região é diretamente afetada (ver
gráfico G.01, abaixo). Cada emprego perdido tem impacto multiplicador em termos
sociais e econômicos, além da desestruturação da vida de cada indivíduo
atingido. No momento em que a carreira como “estrada da vida” é interrompida, as
consequências pessoais e sociais são graves, porque produzem a sensação de se
estar à deriva, uma vez que o fracasso, a perda da autoestima são fatores que
contribuem para a corrosão do caráter social.

Impacto das demissões no saldo de empregos da cidade de São José dos Campos

Depois da privatização

Acreditar que a Embraer prosperou após a privatização significa desconhecer sua
história. O primeiro jato bimotor, o avião de maior sucesso da história da
empresa, foi o ERJ-145 (com capacidade para 50 passageiros). Em seguida, vieram
sua “família”, os ERJ 135/145 (de 35 a 45 lugares), todos desenvolvidos pelos
engenheiros da Embraer em 1989, quando a empresa ainda era estatal e com
aexpertise adquirida nesse período. Esses produtos foram os responsáveis diretos
pelo sucesso da empresa pós-privatização.

A Embraer foi entregue ao mercado em 1994 com praticamente todas as suas dívidas
quitadas. Da dívida de 1,05 bilhões, o governou saneou U$ 700 milhões e vendeu a
empresa por um valor aproximado de U$ 110 milhões. O Estado absorveu assim
dívida que equivalia a sete vezes o tamanho da empresa. O valor da venda da
empresa em 1994 representa apenas 1,8% do seu valor atual – de aproximadamente
U$ 6 bilhões.

Após a reestruturação financeira em 2006, as ações da empresa desabaram: da
maior alta desde a privatização, com o valor das ações (EMBR3) a U$ 24,00 em
30/04/2007, à sua maior baixa, em 27 de fevereiro de 2009, com valor das ações a
U$ 6,59. Em dois anos, as ações perderam 72,54% de seu valor. No entanto, um mês
após as demissões, as ações da empresa voltaram a subir e mantiveram uma
tendência de alta (ver gráfico 03). Após a pulverização do capital, em 2006, o
grupo Bozano e a PREVI (10%) venderam parte das suas ações da Embraer e o grupo
norte-americano Oppenheimer se tornou o maior acionista, com 10% das ações,
seguido da PREVI, agora com 7% (Embraer 2006; 2014).

G.03 – Histórico das ações da EMBRAER EMBR3 – 2004-2014


Fonte: Bloomberg Finance L.P., 2014. (Foram feitas inserções pelo autor)

É interessante notar os movimentos induzidos pelo mercado. No mesmo ano em que a
Embraer retira do seu nome a palavra “Brasileira”, o fundo norte-americano
Oppenheimer Funds, com sede em Nova York, torna-se o maior acionista da empresa.
Apenas um cínico acreditaria na independência administrativa da Embraer ou de
qualquer outra organização que se deixa levar pelos anseios do mercado. Não são
os sócios brasileiros os que mais lucram com a Embraer, muito menos os seus
trabalhadores. São os fundos de investimentos internacionais os que mais lucram.

Estes nunca enxergarão os trabalhadores de nenhuma empresa como pessoas, pois só
os consideram como “recursos humanos”. Uma empresa subsidiada pelo povo
brasileiro por toda a sua história, seja no período estatal ou privado – via
subsídios, aportes, compras, dentre outros incentivos do governo federal, resume
seus objetivos, hoje, em beneficiar uma pequena elite representada pelos fundos
de investimentos nacionais e internacionais. Clara transferência de renda dos
trabalhadores para os proprietários.

Uma ressalva importante refere-se aos resultados de 2008 (redução de 34,7% do
lucro líquido – R$ 228 milhões) e às operações financeiras com derivativos. No
balanço apresentado pela empresa, segundo o relatório de março de 2009, constam
variações monetárias e cambiais líquidas com perdas de R$ 188,30 milhões de
reais. No relatório de março de 2010, a perda foi de R$ 135,824 milhões
(corrigida pelo relatório de março de 2011). Somando os dois anos, temos um
total de R$ 324,654 milhões gastos com operações no mercado financeiro de alto
risco. Em dez anos (2001-2010), a empresa registrou perdas médias de 194 milhões
ao mês, totalizando quase R$ 2 bilhões de prejuízo (R$ 1,942 bilhões) em
operações financeiras com derivativos – motivo este apresentado pelo Sindicato
dos Trabalhadores como responsável direto pela demissão de mais de 4 mil
empregados em 2009.

Em suma, a Embraer transformou milhões de trabalho produtivo, realizados por
milhares de trabalhadores, em capital fictício – e por fim os destruiu.

Greves e sindicato

Após a privatização, foram raras as greves na Embraer. Houve uma paralisação de
2 horas em outubro de 1999 e no mês seguinte paralisação de 30 minutos, ambas
por aumento salarial e redução da jornada para 36 horas semanais. Também em
2000, a linha de produção parou por 24 horas pelos mesmos motivos. Apenas em 22
de setembro de 2011 ocorreu a primeira paralisação de 24 horas no período
pós-privatização. Primeira greve realizada na Embraer em 11 anos, este foi o
sinal mais evidente da manifestação do conflito que se estabeleceu nos “corações
e mentes” dos trabalhadores da empresa. Em 2013, também ocorreu outra greve, mas
foi o ano de 2014 o mais conturbado sob o aspecto das relações de trabalho entre
a Ermbraer e os seus empregados: foram cinco dias de paralisações, sendo quatro
contínuos, um total de 120 horas, a maior greve pós-privatização realizada pelos
trabalhadores da organização.

Quem representa os trabalhadores da matriz da Embraer é o Sindicato dos
Metalúrgicos de São José dos Campos e Região (SMSJC), ligado à CSP-CONLUTAS
(Central Sindical e Popular – Coordenação Nacional de Lutas). A Conlutas surgiu
em março de 2004, a partir de algumas correntes que, até então, integravam a CUT
(Central Única dos Trabalhadores). O movimento por uma Tendência Socialista
(MTS) está ligado ao Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) e
algumas correntes do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), entre elas o
Movimento de Esquerda Socialista (MES), o Movimento de Ação Sindical (MAS) e o
Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL).

Durante a greve de 6 de novembro de 2014, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá,
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, ressaltou a
importância do trabalho do Sindicato na reconstrução da luta pela valorização do
trabalhador na Embraer:

“Após a privatização os trabalhadores da empresa, que possuem uma importante
história de resistência na repressão dos anos oitenta, sofreram um duro golpe.
Depois das demissões, poucos foram os sindicalizados que permaneceram na
empresa. As conquistas dos trabalhadores da Embraer são, em sua maioria, do
período estatal. Desde então lutamos para mantê-las. Vejam o que estão tentando
fazer com o nosso plano de saúde, resquício das lutas dos anos 1980 que os
patrões tentam retirar. Esta greve demonstra a vontade de todos. Mesmo sob o
olhar da chefia, a indignação superou o medo”.

O renascimento da luta, fruto da consciência do trabalhador, é fomentado pela
arrogância e desprezo aos trabalhadores, principalmente os da produção. A
terceira maior produtora de aviões do mundo, nascida há 46 anos no país de
Santos Dumont, deveria dar exemplo na gestão das pessoas. Contudo, a maior greve
pós-privatização simbolizou o dilema dos trabalhadores: o que deveria ser um
privilégio, um sentido de vida e de pertencimento dos mais nobres do mercado de
trabalho nacional, não se sustenta porque a Embraer, seja na fase estatal ou
privada, jamais valorizou seus trabalhadores – responsáveis diretos pela
produção das riquezas da empresa.

Qual o interesse de um país em sediar uma organização como a Embraer? Apenas
pela arrecadação de impostos? A remuneração dos trabalhadores é pífia, o
trabalho é realizado sob muita pressão e o emprego, instável. Os principais
acionistas, aqueles que lucram com a empresa, são fundos bilionários
internacionais e nacionais que só contribuem com a concentração de renda, global
e nacional.

A Embraer não se configura como organização interessante para o país nem mesmo
por sua possível relevância no contexto militar. Além de tudo, a reestruturação
produtiva levou a empresa a realizar parcerias estratégicas de alto risco com
redes de fornecedores globais – o que inviabiliza qualquer ilusão quanto a seus
possíveis segredos militares.

[1] https://www.youtube.com/watch?v=l_3KRPs256I
[2] 1994, governo Itamar Franco

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IN
https://br.yahoo.com/
4/6/2015
Carta Capital
http://www.cartacapital.com.br/blogs/outras-palavras/embraer-sucesso-globalizacao-e-ataque-ao-
trabalho-5218.html?ref=yfp


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