terça-feira, 20 de setembro de 2016

Intransigência em atender reivindicações tem forte resposta da categoria bancária em greve


CONLUTAS

O setor financeiro apresentou uma proposta vergonhosa: 7% de reajuste e abono de
3.300 reais diante de uma inflação de 9,57% no período. Isso significaria uma
perda salarial de 3% no ano. Na última década, a cada três anos, os bancos
cresceram o equivalente a um novo banco. Os lucros continuam em num patamar
muito acima do resto da economia. Os banqueiros afirmam que lucraram menos que
em 2015, mas mesmo com o freio no crédito, os financiamentos aprovados pelo
governo do PT às grandes empresas e o aumento da inadimplência que atingem o
setor, o lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil,
Santander e Caixa) no primeiro semestre de 2016, chegou a R$ 29,7 bilhões.
Enquanto isso houve corte de 7.897 postos de trabalho só nos primeiros sete
meses do ano. O que eles não dizem é que os lucros bilionários nos últimos anos
foi muito superior aos aumentos salariais.
Reestruturação dos bancos ameaçam nossos empregos
Se a pequena diminuição do lucro deve-se à inadimplência de grandes empresas do
país, como a Oi e a Sete Brasil que tinham empréstimos bilionários, os bancos
continuam diminuindo seus gastos com folha de pagamento, aumentando sua receita
com cobrança de tarifas e com um dos maiores juros do mundo. Só exemplificando,
houve o pedido de recuperação judicial da Sete Brasil, OAS, Queiroz Galvão,
vários estaleiros e Oi, cujos créditos e debêntures totalizam R$ 4,4 bilhões. E
os bancos continuam editando formas de manter os lucros: redução drástica dos
gastos administrativos e o quadro funcional, aumento da tecnologia, do
atendimento digital e da terceirização. Tais reestruturações atingem também os
bancos privados: o Bradesco, com a incorporação do HSBC e o Itaú -na vanguarda,-
com o fechamento de agências e transferência de clientes ao banco virtual. Fica
nítido que a FENABAN (Federação Nacional dos Bancos), em uma política articulada
com o governo Temer, pretende que nós trabalhadores paguemos uma conta que não é
nossa.
A greve  segue forte!

A greve dos bancários segue fortalecida. A paralisação atingiu 12.727 agências e
52 centros administrativos em todo o pais, até esta sexta-feira (16). A
enrolação dos banqueiros em não apresentar propostas no setor mais rentável do
país é combustível para seguirmos lutando. Além das cláusulas econômicas, há
questões como a CASSI (plano de saúde) no BB, reestruturação e o RH184 (que dá
poderes ao gestor de retirar funções) na Caixa e as demissões nos bancos
privados que sequer foram abordadas na mesa de negociação. Alia-se a isso a
proposta de mudanças na previdência e nos direitos trabalhistas do governo para
percebermos que a unidade é nossa arma. Dia 22 acontecerão atos nacionais e dia
29 uma paralisação dos metalúrgicos em todo o país. Isso demonstra o ânimo da
nossa classe para tirar das nossas costas a conta da crise.

In
CONLUTAS
http://cspconlutas.org.br/2016/09/bancos-continuam-ganhando-como-nunca-intransigencia-em-atender-reivindicacoes-tem-forte-resposta-da-categoria-bancaria-em-greve/
19/9/2016

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