sexta-feira, 3 de maio de 2019

As principais mentiras falaciosas de Paulo Guedes que podem causar décadas de atraso ao Brasil.





Claudio da Costa Oliveira


Segundo o jornalista chileno Cristian Bofili: “quando Paulo Guedes
voltou de Chicago para o Brasil com seu doutorado, sentiu-se
marginalizado. Os economistas que tinham a hegemonia naquele momento não
lhe deram nem as posições acadêmicas nem os cargos no governo que ele
sentia que merecia. Então, nos anos 80 vem para o Chile, onde é
recrutado por Selume (ex-diretor de Orçamento do regime Pinochet, que
então dirigia a Faculdade de Economia e Negócios da Universidade do
Chile). Queria conhecer em primeira mão as reformas que os Chicago Boys
estavam promovendo no país.”

Guedes diz pretender fazer no Brasil as reformas que foram feitas no
Chile por Pinochet: Banco Central independente, câmbio flutuante,
equilíbrio fiscal e o regime de capitalização da previdência.

Em recente entrevista concedida ao jornal britânico Financial Times,
defendendo as políticas neoliberais implantadas no Chile afirmou: “O
Chile hoje é como a Suíça”.

Em entrevista à Globo News no último dia 17/04 salientou: “O desemprego
e a desigualdade são frutos de elevados custos trabalhistas e de
aposentadorias pagas a quem não contribui para a Previdência” e
enfatizou os benefícios de um sistema de capitalização.

Disse ainda que “greve de caminhoneiros só existe no Brasil, e é devido
ao monopólio da Petrobrás.”
Este artigo analisa as maiores mentiras falaciosas de Paulo Guedes,
Ministro da Economia, e principal conselheiro do atual Presidente da
República, nesta área.

As políticas econômicas planejadas por este governo podem levar o Brasil
a um retrocesso de décadas frente às demais nações civilizadas. Alguns
males podem ser irreversíveis. Isto não podemos permitir.

1) A mentira falaciosa do neoliberalismo

O neoliberalismo é derivado do capitalismo do “laissez-faire” do
liberalismo clássico. Seus defensores acreditam em políticas de extensa
liberação econômica com mínima participação do estado. Advogam as
privatizações, austeridade fiscal, desregulamentação, livre comércio e
corte de despesas do governo entregando a economia ao setor privado.

A teoria neoliberal é associada aos economistas Frieddrich Hayek, da
escola Austríaca, e Milton Friedman da escola de Chicago.

O neoliberalismo no mundo atingiu seu ápice nos anos 80 com os governos
de Ronald Reagan nos Estados Unidos e Margareth Thatcher no Reino Unido.
Em 1989 aconteceu o Consenso de Washington, uma reunião para elaborar
recomendações objetivando “combater as misérias das nações
subdesenvolvidas e gerar progresso econômico” sendo definidas as
principais características do neoliberalismo:

  * Diminuição de cobrança de impostos das grandes empresas de modo que
    aumentem seus lucros (reforma fiscal);
  * Abertura comercial para aumentar as importações e exportações
    através da diminuição das tarifas alfandegárias;
  * Privatização das empresas estatais com o objetivo de diminuir a
    presença do Estado no mercado;
  * Redução dos gastos do Estado, com corte de funcionários e
    terceirização dos serviços;
  * Diminuição de leis trabalhistas para diminuir custos dos empresários;
  * Oposição a doutrina marxista;
  * Critica ao keynesianismo;
  * Incentivo à competitividade de mercado;
  * Repressão às organizações sindicais e movimentos populares;
  * Controle dos ideais neoliberais através de instituições como FMI,
    OMC e Banco Mundial.

Logo, os problemas da adoção desta política começaram a aparecer pois
muitas destas mudanças passaram por cima das políticas sociais, causando
o desemprego a fome e a miséria de vários povos em países
subdesenvolvidos. Numa tentativa exacerbada de implantar o modelo
econômico, vários países sofreram com ditaduras militares e a perda de
suas riquezas naturais em favor do enriquecimento de grandes empresários
e empresas estrangeiras.
Mas o maior baque sofrido pelo neoliberalismos foi a crise iniciada em
2007 vindo a eclodir em 2008 que aniquilou com a pregação de “mais
mercado” e “menos Estado.”

Relevante também a mudança de posição do Fundo Monetário Internacional –
FMI, tradicional defensor das políticas neoliberais, cujos economistas
publicaram artigo em junho de 2016 na revista Finance & Development
reconhecendo “Em vez de gerar crescimento, algumas políticas neoliberais
aumentaram a desigualdade, colocando em risco a expansão duradoura”. Os
técnicos do FMI afirmaram: “O aumento da desigualdade prejudica o nível
e a sustentabilidade do crescimento” e ainda “Mesmo que o crescimento
seja o único ou principal objetivo da agenda neoliberal, os defensores
desta agenda devem prestar atenção nos efeitos da distribuição.”

Aqui podemos abrir espaço para uma afirmação: NENHUMA NAÇÃO NO MUNDO
ALCANÇOU OU VAI ALCANÇAR DESENVOLVIMENETO SUSTENTÁVEL SEM UMA ADEQUADA
DISTRIBUIÇÃO DA RENDA.

Hoje com a política de “America First” nos Estados Unidos e “Brexit” no
Reino Unido o neoliberalismo foi abandonado e os economistas estudam
novas alternativas de desenvolvimento.

Um outro indicativo da falência da política neoliberal é o crescente
movimento de reestatização de empresas no mundo. “Entre 2000 e 2017, 884
serviços foram reestatizados, sendo 83% à partir de 2009”. O principal
motivo são os preços altos e a má prestação dos serviços, como mostra o
artigo a seguir :

https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2019/03/07/reestatizacoes-tendencia-crescendo-tni-entrevista.htm

Infelizmente, numa sina histórica, o Brasil sempre chega atrasado.
Atrasado na declaração da Independência, atrasado no desenvolvimento
industrial com implantação siderúrgica 90 anos depois dos americanos,
atrasado na abolição da escravatura e na proclamação da República.

Agora pretende-se a implantação de uma política econômica
reconhecidamente ultrapassada, sem nenhum sentido. Se implantada vai
causar décadas de atraso ao país além de danos irreversíveis . Isto não
podemos permitir.
Para os que , por ventura, ainda tenham dúvidas sugiro a leitura do
recente artigo do prêmio nobel de economia Joseph E. Striglitz no New
York Times :

https://www.conversaafiada.com.br/economia/capitalismo-progressista-nao-e-um-paradoxo

2) A mentira falaciosa do “Chile é Suíça”

Para Paulo Guedes o Chile é o exemplo a ser seguido pelo Brasil.

Em 1973 o general Augusto Pinochet e seus aliados mobilizaram unidades
militares em todo o país para assumir o controle do Estado. Foi dado o
golpe militar.

O que veio depois foi uma ditadura. Opositores cassados e mortos. O
campo de futebol de Santiago foi transformado em campo de concentração
onde muitos foram torturados e mortos.

Economistas da Universidade de Chicago orientaram as privatizações das
empresas estatais inclusive a saúde pública e a aposentadoria que
passaram a ser privadas. O Chile derrubou as tarifas alfandegarias. Aos
poucos as empresas nacionais quebraram devido à concorrência desleal das
multinacionais. O Chile aumentou suas exportações (vinhos, frutas,
peixe, etc).

A ditadura obteve um sucesso econômico imediato, mas a diferença entre
pobres e ricos aumentou.

Criado pelo estatístico italiano Corrado Gini, o Coeficiente de Gini é
uma medida de desigualdade. Pode ser utilizado para qualquer
distribuição embora seja mais utilizado para medir a desigualdade na
distribuição de renda. Consiste em um número entre 0 e 1, quanto maior o
número maior a desigualdade.

Com sua política neoliberal o Chile alcançou um dos piores níveis de
distribuição de renda do mundo com um Coeficiente de Gini de 0,52
próximo ao brasileiro (0,54). Na Suíça o Coeficiente é 0,33. Muito
melhor do que o chileno.

Talvez o principal indicador de desenvolvimento de uma nação seja o
Indice de Desenvolvimento Humano – IDH.

Criado em 1990 pelos economistas Amarya Sem e Mahbub ul Hag o IDH avalia
a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico de uma nação. É
baseado em três pontos : longevidade, nível de educação e PIB per capita.

Como no coeficiente de Gini, o IDH varia de 0 a 1, mas inversamente
quanto maior o número mais desenvolvido é o país.

O IDH de 2018 divulgado pela Organização das Nações Unidas – ONU mostrou
o Chile na 44ª posição com 0,843 pontos (similar da Argentina 47ª e do
Uruguai 55ª) e a Suiça na 2ª posição, só superada pela Dinamarca, com 0,944.

Portanto tanto em termos de distribuição de renda como no
desenvolvimento econômico o Chile está muito longe de ser uma Suiça.

O que salva a economia chilena é a existência de uma grande empresa
estatal a Corporacion Nacional del Cobre de Chile – CODELCO . No Chile o
neoliberalismo não é considerado quando o assunto são suas reservas de
cobre, as maiores do mundo, cuja administração e controle permanece nas
mãos do Estado. Olhando o site da CODELCO encontramos a seguinte frase :

“Somos uma empresa autônoma, propriedad de todos los chilenos y
chilenas, principal produtora de cobre de mina del mundo, líder em
reservas del mineral a nível planetário y motor del dessarrollo del
país”. E também : “Estamos sentando las bases para contribuir al
desarrollo de Chile por otros 50 anos”

No relatório anual de 2018 o Diretor Presidente da CODELGO, Juan
Benavides Beliú assim se expressou :

“Nuestros yacimientos antiguos y la caída permanente de nuestra ley de
mineral han puesto a Codelco ante um enorme desafio como hacemos para
que esta empresa siga aportando al desarrollo de Chile en las próximas
décadas.”

De fato a CODELCO é peça fundamental para o desenvolvimento chileno. Sua
receita em 2018 de US$ 14,3 bilhões foi equivalente a 4,7% do Produto
Interno Bruto – PIB (*) do país (US$ 299 bilhões). Os investimentos por
ela realizados, principalmente no beneficiamento do cobre (fundições,
laminações etc), alcançaram US$ 3,56 bilhões em 2018, 1,9% do PIB chileno.

Sem esta estatal o crescimento econômico do Chile seria desastroso.

Guedes pretende também implantar no Brasil o mesmo modelo de previdência
chileno com capitalização dos recursos.

Em entrevista o professor da Faculdade de Economia e Negócios da
Universidade do Chile e doutor em economia pela Universidade de
Berkeley, Andras Uthoff afirmou “Sistema de capitalização empobreceu
idosos no Chile” e mais “Se você avançar sistematicamente para o sistema
de contas individuais, o que vai acontecer é que esses contratos de
poupança individuais excluirão uma grande parte da população e o sistema
de assistência social não poderá dar dignidade a todos”.

Segundo Andras “A promessa foi de que as pessoas que contribuem
regularmente ao sistema de aposentadorias receberiam 70% de seu último
salário. A realidade é de que a mediana da taxa de retorno de todas as
pessoas que participam (do sistema de capitalização) é de 20%, e não 70% “

Mais uma falácia de Paulo Guedes e retrocesso para o povo brasileiro.
Neste sistema quem ganha muito são os banqueiros.

3) As mentiras falaciosas sobre a Petrobrás

Paulo Guedes já falou muitas vezes que quer privatizar a Petrobrás.
Nomeou Roberto Castello Branco, seu amigo de longa data, presidente da
companhia. Em recente evento Castello Branco externou que seu “sonho” é
vender a Petrobrás. Ambos afirmam que greve de caminhoneiros só existe
no Brasil e que é causado pelo monopólio da Petrobrás no refino. Mais
uma grande falácia.

Ocorre que à partir de 2016 a política de preços da Petrobrás passou a
seguir a paridade internacional. Isto implica em fazer oscilar os preços
no mercado interno em função do preço internacional do petróleo e da
variação cambial Real/Dolar.

Acontece que a volatilidade cambial brasileira não encontra paralelo em
nenhuma país do mundo. Em apenas um mês o Real pode se valorizar ou
desvalorizar 20 ou 30%.

Havendo um aumento nos preços internacionais do petróleo associado a uma
desvalorização do Real o impacto nos preços internos podem ser
insuportáveis.

Neste caso o consumidor normal tem a opção de deixar o carro na garagem
e ir trabalhar de ônibus. O caminhoneiro não tem opção e terá de
enfrentar uma difícil negociação com seus clientes.

Fica claro que esta política de paridade internacional é incompatível
com a realidade brasileira.

Por outro lado, é bom lembrar que a renda dos brasileiros não é a mesma
de americanos, europeus e canadenses. Com renda menor a capacidade de
absorver os aumentos de preços nos combustíveis é menor.

O pior da política de paridade internacional é que ela além de
prejudicar o consumidor brasileiro prejudica também a Petrobras que fica
com suas refinarias ociosas e perde mercado interno para os importadores.
Para comprovar isto basta verificar os números publicados pela Petrobrás.

No período de 2011 a 2013 quando vigorava um subsídio ao consumo
interno, que muitos alegam que causou severos “prejuízos” a companhia, a
empresa registrou a seguinte Geração Operacional de Caixa:

Geração Operacional de Caixa US$ bilhões
2011 2012 2013 Total
33,69 27,04 26,30 87,03
Fonte: Relatório Financeiro em US$ da Petrobras

No período 2016 a 2018 com implantação do preço de paridade
internacional a empresa registrou a seguinte Geração Operacional de Caixa:

Geração Operacional de Caixa US$ bilhões
2016 2017 2018 Total
26,10 27,11 26,35 79,56
Fonte : Relatório Financeiro em US$ da Petrobras

Notem que mesmo com o aumento da produção, no período 2016 a 2018 a
companhia gerou menos cerca de US$ 2,5 bilhões de caixa por ano.

No período 2011 a 2013, com o subsídio, nos pagávamos preços mais baixos
do que os do mercado internacional, o que tornava o país mais
competitivo, e a Petrobras gerava mais caixa. Portanto, o alegado
“prejuízo” não existiu.

Já no período 2016 a 2018, nós passamos a pagar preços mais altos do que
os do mercado internacional, prejudicando a competitividade do país, e a
Petrobras gerou menos caixa. Isto foi causado pela ociosidade das
refinarias, obrigando a empresa a exportar óleo cru. Hoje sim estamos
tendo prejuízos.

Os únicos que lucram neste processo são as refinarias americanas, os
traders internacionais e os produtores de etanol.

Mas, Guedes e Castello Branco já disseram que querem privatizar a
Petrobras. Vão começar vendendo seus ativos (refinarias, distribuidora,
Transpetro etc).

Esquecem-se de que a Petrobras é muito mais importante para o Brasil do
que , por exemplo, a Codelco é para o Chile.
Com certeza no período que passou no Chile, Paulo Guedes não propôs a
privatização da Codelco.

Em 2018 a receita bruta da Petrobras de US$ 120,82 bilhões
(estimado)(**) representou 6,7% do PIB brasileiro, contra 4,7% da
receita da Codelco em relação ao PIB Chileno.

A Petrobras não precisa reduzir dívida e muito menos vender seus ativos.
Pelo contrário, a empresa precisa aumentar seus investimentos,
principalmente no pré-sal, e não falta oferta de recursos para isto. Os
investimentos da Petrobrás são fundamentais para o crescimento do Brasil
e a geração de empregos no país.

“A Petrobrás exerce papel estratégico para a dinâmica da economia
brasileira que é a de realizar investimentos à frente da demanda, o
chamado investimento autônomo, que tem potencial para dinamizar o
crescimento econômico e gerar efeitos multiplicadores. Sem o
investimento autônomo de uma empresa como a Petrobrás não se enxergam
perspectivas para a retomada investimento reduzido neste momento de
baixa atividade econômica.” ( Marcelo Loural e Vinicius Ferrari, dez/2018 )

Estudo da Associação Brasileira de Engenharia Industrial – ABEMI Mostra
que para cada R$ 1 mil investidos pela Petrobras são investidos outros
R$ 600 em outras áreas da economia.

Pesquisa dos economistas Antonio Carlos Diegues e Carolina Gut Rossi, da
Universidade Federal de São Carlos, mostra que quase 70% do crescimento
do valor de transformação industrial entre 1996 e 2010 deve-se a apenas
dois grupos de setores, os intensivos em recursos naturais e os
intensivos em escala e 57% resultam da expansão do complexo petroleiro.

Para os economistas da Universidade de São Carlos , “sem a Petrobrás
verticalizada no centro da cadeia produtiva de óleo e gás, não há
indústria e este é um assunto capital.”

Em outro estudo, desta vez realizado pelo INEEP, instituto ligado à
Federação Única dos Petroleiros – FUP, verificou-se que cada R$ 1 bilhão
investido pela Petrobrás em E&P provoca um crescimento de R$ 1,28
bilhões no PIB brasileiro e a geração de 26.319 ocupações.

Para cada R$ 1 bilhão investido pela Petrobrás em refino ocorre um
crescimento de R$1,27 bilhões no PIB brasileiro e a geração de 32.348
ocupações.

A reforma da previdência é sem dúvida o principal tema econômico em
discussão na atualidade brasileira.

O motivo apontado como causador da necessidade desta reforma é o
desempenho fiscal negativo da economia do país. Ou seja, são os
sucessivos deficts primários registrados nos últimos anos.

Para solucionar o problema de curto prazo o atual governo planeja
privatizar empresas e principalmente vender suas reservas no pré-sal.

Aqui cabe uma segunda afirmação: *“NENHUMA NAÇÃO NO MUNDO ALCANÇOU OU
VAI ALCANÇAR DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, ENTREGANDO SEUS RECURSOS
NATURAIS PARA EXPLORAÇÃO POR TERCEIROS”.*

É fácil verificar que as maiores reservas de petróleo do mundo estão em
posse de empresas estatais que não admitem sua transferência para
exploração de terceiros. Na verdade o que estas empresas estão fazendo é
investir pesadamente em refino e na indústria química para melhor
aproveitar seu petróleo.

Privatizar empresas lucrativas e entregar as reservas tem efeito efêmero
e não trazem desenvolvimento sustentável.

O resultado primário do país é função da movimentação do seu Produto
Interno Bruto – PIB que por sua vez está diretamente ligado ao nível de
investimentos da nação.

O gráfico a seguir mostra a elevada correlação (0,9705) mantida entre as
taxas de variação do PIB e da Formação Bruta de Capital Fixo – FBCF
(investimentos) a preços constantes em períodos de quatro trimestres
móveis desde 2014.

Fonte : Banco Central

Como já demonstrado em diversos estudos, os investimentos da Petrobras,
por serem autônomos, tem um forte efeito multiplicador na economia
brasileira.
O gráfico a seguir mostra a correlação entre os investimentos da
Petrobras e os resultados primários da economia brasileira.

Fontes : Secretaria do Tesouro Nacional e Balanços Petrobras

Existe uma forte correlação entre os investimentos da Petrobras e o
resultado primário. Investimentos acima de US$ 35 bilhões ano podem
trazer equilíbrio e até superávits primários.

Portanto, num forte programa de investimentos a Petrobrás pode por si
só, provocar superávits fiscais, independentemente de reformas
previdenciárias.

Pode também melhorar substancialmente o nível de emprego no país.

A Petrobrás não é uma empresa do passado e nem do presente. A Petrobrás
é uma empresa do futuro. Mas as últimas administrações tem tentado de
toda forma esconder esta verdade.

Com a descoberta do pré-sal e os investimentos feitos no período
2009/2014 está pronta para se transformar numa das maiores petroleiras
do mundo.

Mas a descoberta do pré-sal trouxe também a ganância e o poder do
capital estrangeiro. A mídia hegemônica passou a atacar a empresa
sistematicamente, como vemos no artigo “A saga da Petrobras e a torpe
participação da rede Globo” :

http://www.aepet.org.br/w3/index.php/conteudo-geral/item/2184-a-saga-da-petrobras-e-a-torpe-atuacao-da-rede-globo

Os atuais administradores que não tiveram qualquer atuação nestes fatos
( descoberta do pré-sal e investimentos) procuram esconder e destruir
tudo o que foi feito, entregando para petroleiras estrangeiras o fruto
do trabalho dos brasileiros.

O relatório da empresa “Q2 2019 Global FPSO Industry Outlook” informa
que a Petrobrás deverá implantar 17 planejadas e anunciadas unidades
flutuantes de produção, armazenamento e descarga (FPSO’s) durante o
período de vigência entre 2019-2025, o mais alto entre todas as operadoras.

“Sem surpresa , a Petrobrás lidera a implantação global de FPSO’s
planejados e anunciados, à medida que a empresa continua em seus planos
para desenvolver as reservas do pre-sal offshore no Brasil”, disse
Soorya Tejomoortula, analista de petróleo e gás da GlobalData.

Com a entrada em operação destas FPSO’s em 2025 a produção da Petrobrás
vai superar os 5 milhões de barris dia, colocando a empresa entre os
maiores produtores mundiais.

Mas por que a atual administração da companhia não divulga com
comemoração e alegria estes fatos? Muito simples, porque eles não
tiveram qualquer participação na descoberta do pré-sal e nem nos
investimentos realizados (2009/2014) que possibilitaram estes
acontecimentos.

Na verdade eles fazem o possível e o impossível para esconder estes
fatos, buscando mostrar para a opinião pública brasileira uma Petrobras
sem valor que pode ser vendida por qualquer “penca” de bananas.
A prova disto são os Planos de Negócio e Gestão – PNG’s elaborados desde
2016, que escondem a geração operacional de caixa futura da companhia.

Já escrevi muito sobre isto e recentemente o Goldman Sachs enviou
correspondência a seus clientes informando que o último PNG (2019/2023)
da Petrobrás “esconde” US$ 40 bilhões em pagamento de dividendos, como
vemos no artigo a seguir:

http://www.aepet.org.br/w3/index.php/conteudo-geral/item/2520-goldman-sachs-confirma-objetivo-e-dilapidar-a-petrobras

Isto mostra claramente a intenção da atual administração em ludibriar e
saquear o povo brasileiro.

Para melhorar o entendimento leiam o excelente artigo de Andre Motta
Araujo “O mercado mundial de petróleo e a privatização da Petrobras” :

https://theworldnews.net/br-news/a-opep-o-mercado-mundial-do-petroleo-e-a-privatizacao-da-petrobras-por-andre-motta-araujo

CONCLUSÃO

O conceito de direita e esquerda é muito confuso nos nossos dias. A
direita europeia é nacionalista e a direita brasileira é entreguista.

A direita brasileira não pensa no desenvolvimento da nação, pensa apenas
na sua exploração e objetiva resultados imediatos. Tem um atuação
colonizadora.

O conceito de direita nos países europeus é diferente, a maioria deles
já atingiu grau de desenvolvimento que propicia a seus cidadãos
políticas de saúde, educação e segurança adequadas.
Podemos citar países europeus em que a chamada “extrema direita” teve
relevante crescimento nos últimos anos, são eles : França, Alemanha e
Holanda.

Podemos citar também aqueles em que a chamada “extrema direita” assumiu
o poder político, são eles: Hungria , Polônia e Áustria.

Os referidos países registram os seguintes Coeficientes de Gini :

França 0,32 Alemanha 0,28 Holanda 0,30
Hungria 0,31 Polônia 0,34 Áustria 0,29

Apresentam também os mais altos índices de IDH.
Estes países já resolveram quase todos os seus problemas sociais,
situação bem diferente do Brasil. Nestas condições eu também seria de
direita.

Em recente entrevista ao jornalista Roberto D’Avila o General Santos
Cruz, atual Ministro da Secretaria de Governo, em certo momento afirmou
“Quero um Brasil com menos desigualdade social” então Roberto D’Avila
disse “Este pode ser considerado um pensamento socialista” ao que Santa
Cruz respondeu “É só uma questão de justiça”.

Nos dias de hoje no Brasil, se fosse outro que fizesse este comentário,
e não o General, seria tachado de comunista.

*
Notas:

(*) Produto Interno Bruto é o somatório de tudo que é produzido por uma
nação (bens e serviços) durante um ano.

(**) A partir de 2017 a Petrobras não divulgou mais sua receita bruta,
sem dar nenhuma explicação. O que estranhamos muito.

Autor: Claudio da Costa Oliveira, Economista da Petrobrás aposentado

Sugestão de leitura de Pedro Augusto Pinho


In
DINÂMICA GLOBAL
https://dinamicaglobal.wordpress.com/2019/05/03/as-principais-mentiras-falaciosas-de-paulo-guedes-que-podem-causar-decadas-de-atraso-ao-brasil/
3/5/2019

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