domingo, 22 de maio de 2016

Sob forte pressão e criminalização, franceses organizam greves e protestos contra reforma trabalhista



CSP CONLUTAS


Desde março, a polêmica reforma trabalhista tem gerado uma onda de protestos na
França. O controverso projeto de lei, que pretende implementar mudanças graves
na lei trabalhista, tem provocado reações negativas na opinião pública e forte
mobilização das entidades sindicais, de organizações populares, estudantes e
aposentados.

Somente ontem (17), segundo a imprensa francesa, mais de 200 mil pessoas
estiveram nas ruas, enfrentando forte repressão policial, em protesto contra o
projeto de lei e os cortes de direitos.


A reforma visa, segundo o governo, dar mais flexibilidade às empresas e combater
o alto desemprego no país. No entanto, trata-se de uma armadilha que garante
mais liberdades para as empresas que desejam demitir ou reorganizar tempo de
trabalho dos funcionários, precarizando e prejudicando a média salarial.


Manifestação contra a medida 49.3 do governo. Foto: Capital.fr


Na terça-feira (10), o governo autorizou o primeiro-ministro francês, Manuel
Valls, a recorrer ao artigo 49-3 da Constituição francesa, possibilitando a
autorização do projeto de lei de forma arbitrária, sem o voto do Parlamento.


Com mais este ataque, e total intransigência por parte do governo, que não
avançou nas negociações com sindicatos e o movimento estudantil, a onda grevista
e as manifestações prometem ganhar força.

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17

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François Hollande


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Para os próximos dias, são esperadas ainda paralisações entre os trabalhadores
ferroviários, estivadores, marinheiros, carteiros e até mesmo os funcionários de
aeroportos de Paris, o que forçou as autoridades a alertarem a população para
novos bloqueios e interrupções nos serviços nacionais de transporte.

Luiz Carlos Prates, o Mancha, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas,
destaca que a luta na França com “greves contra a reforma trabalhista que
elimina direitos”, e ressalta que “em todo canto os ataque são os mesmos. No
Brasil querem idade mínima para aposentadoria e reforma trabalhista também”.


Criminalização institucionalizada
Nesta quarta (18) foram organizadas manifestações em várias cidades francesas
em protesto ao chamado “ódio contra os polícias”. Os atos contaram com centenas
de policiais e apoiadores.

Vários políticos defenderam estas manifestações contra o ódio policial, e o
primeiro-ministro, Manuel Valls, chegou a publicar em sua conta oficial no
Twitter, que “os policiais defendem diariamente os cidadãos e que atacá-los é
atacar a sociedade no geral”.


Diversos movimentos sindicais denunciam o Estado de emergência e a
criminalização dos movimentos sociais. Dentre eles, a união Sindical Solidaires,
parceira da CSP-Conlutas e parte também a Rede Sindical internacional de
Solidariedade e Lutas. A Solidaires tem reforçado a campanha virtual que colhe
assinaturas para o abaixo-assinado contra o decreto 49.3, adotado pelo governo
de Hollande e que impõe a lei trabalhista sem voto parlamentar.


A única maneira de delegar a aprovação ao parlamento, para evitar a
ultrapassagem legal, é apresentar dentro de 24 horas uma moção de censura contra
o governo.


In
CSP- CONLUTAS
http://cspconlutas.org.br/2016/05/sob-forte-repressao-e-criminalizacao-franceses-organizam-greves-e-protestos-contra-reforma-trabalhista/
18/5/2016

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