quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Alunos e professores protestam contra o extermínio da educação pública paulista




INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora

Estudantes e professores de escolas da rede estadual se uniram na tarde de
terça-feira (20) em uma manifestação contra a suposta “reestruturação da rede de
ensino” que o governo paulista pretende implantar a partir do início de 2016, o
que implica no fechamento de escolas e na separação total dos alunos das escolas
estaduais por ciclo – fundamental I, fundamental II e médio.

Vanessa Gravino, professora, militante do Bloco de Oposição da Apeoesp e da
Intersindical Central da Classe Trabalhadora, analisa que “o que a Secretaria da
educação e o governo Alckmin estão chamando de reorganização, é uma
desorganização das escolas no estado de São Paulo. Por que transfere cerca de 1
milhão de estudantes, professoras e professores para outras unidades sem diálogo
com a população”.

Para compreender um dos problemas da reorganização, ela cita o exemplo de
crianças pequenas que vão para escola com irmãos mais velhos e que seus pais ou
responsáveis trabalham. Essas crianças vão ficar em uma escola e os mais velhos
em outra. “Isso acaba gerando em distanciamento entre a criança e o aluno mais
velho “, explica.

“O governo Alckmin tem o cinismo de chamar a reestruturação das escolas de
política pública. Fechamento de escolas e turnos são características de
políticas de enxugamento da máquina estatal. As opções do governo precisam ser
colocadas como são, de modo honesto e verdadeiro. Alckmin falta com a verdade
por mais uma vez”, explica Sérgio Martins Cunha, diretor Executivo de
Organização para o Interior da Apeoesp e membro da Direção Nacional da executiva
da Intersindical.

“O ato de hoje é extremamente importante, ocupamos as ruas para denunciar o
extermínio da educação pública paulista”, afirma Angela Meyer, presidente da
União Paulista dos Estudantes Secundaristas.

Bonecos infláveis representando o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin
(PSDB), e o secretário de Educação, Herman Voorwald, “caminharam” lado a lado
com um caixão levado pelos estudantes secundaristas representando o extermínio
do ensino público.

O ato começou na Praça da República, no Centro de São Paulo, em frente à sede da
Secretaria de Estado da Educação, passou pela Câmara Municipal de SP e terminou
na frente da Catedral da Sé.

Segundo a Apeoesp, cerca de 10 mil pessoas participaram da passeata. A Polícia
Militar não divulgou estimativa de público.

Protestos em série

Nas últimas semanas uma série de protestos vem eclodindo em diversas localidades
contra os desmandes de Alckmin.

O fechamento de escolas implicará no aumento do número de alunos por sala. E
este raciocínio é justamente contrário à melhoria da qualidade do ensino. Por
isso os estudantes reivindicam mais escolas e menos alunos por sala.

O Ministério Público do Estado abriu um inquérito civil para apurar a
reorganização das escolas estaduais. A promotoria do órgão quer saber se de fato
unidades serão fechadas e quais os benefícios que o governo paulista espera
obter com a mudança. A Defensoria Pública de São Paulo também já pediu
explicações à Secretaria Estadual de Educação. A sociedade civil exige
explicações e transparência no processo.

In
INTERSINDICAL
http://www.intersindicalcentral.com.br/alunos-e-professores-protestam-contra-o-exterminio-da-educacao-publica-paulista/
21/10/2015

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