domingo, 8 de janeiro de 2017

ISSO QUE PRODUZ O CAPITALISMO


A BÁRBARIE - GENOCÍDIO EM PRESÍDIOS, CRIMES DE
ÓDIO, MAIS VIOLÊNCIA CONTRA OS POBRES, MULHERES, HOMOSSEXUAIS
 
INTERSINDICAL
 
As últimas duas semanas trouxeram as marcas do que o sistema de exploração
potencializa contra a humanidade: a barbárie.
No dia 25 de dezembro, um trabalhador ambulante foi assassinado a pancadas por
tentar defender duas travestis na cidade de São Paulo. No dia 01 de janeiro de
2017, na cidade de Campinas/SP um homem matou sua ex-companheira, seu filho e
mais 10 pessoas. Em todos os crimes as marcas da opressão contra às mulheres,
homossexuais e a quem os defende. Esse ódio disseminado, nos últimos tempos tem
sido intensificado por aqueles que se utilizam da opressão de gênero para
intensificar a exploração ao conjunto da classe trabalhadora.
A opressão de gênero não nasceu com o capitalismo, mas foi por ele
potencializada. Disseminar o ódio contra mulheres, homossexuais, negros, ajuda
ao Capital a ampliar ainda mais a exploração contra o conjunto da classe
trabalhadora formada por homens e mulheres, que são de todas as cores e
orientação sexual. Fazem isso para tentar impor a diferença como desigualdade, e
assim esconder o ser humano e a classe à qual pertence.
Também no dia 01 de janeiro de 2017, num presídio de Manaus/AM, sessenta pessoas
foram assassinadas e o Estado faz de tudo para tentar justificar o
injustificável, dizendo que o massacre ocorrido no Presídio Compaj foi um
“acidente” patrocinado pela disputa entre facções criminosas. E no dia 06 mais
de 30 foram assassinados, dessa vez num Presídio de Roraima.
O governo Temer/PMDB não define quem morreu como pessoa, nas palavras do próprio
presente, ele diz que se “solidariza com as famílias dos presos” e afirma que o
massacre, foi um “acidente”. E vai além: a resposta do governo para o que
aconteceu em Manaus, além de ser uma disputa entre facções, foi de
responsabilidade da empresa terceirizada responsável pela administração do
Presídio.
As perguntas que o Estado não vai responder: Quem permite a entrada de armas
para dentro dos presídios? Quem patrocina, defende e quer ampliar a
terceirização em todos os lugares, inclusive nos serviços públicos? Quem é
conivente com a existência de organizações criminosas que aliciam os filhos dos
pobres a serem soldados do tráfico, garantindo as mercadorias para os grandes
consumidores que não moram nas favelas, que não estão encarcerados e vivem
confortavelmente nos espaços da burguesia?
Os massacres nos presídios escancaram a ferida que começou antes do massacre do
Carandiru no final da década de 80, o que esse sistema produz e que o Estado,
mais do que ser conivente, é parte. Depois de serem submetidos a extrema
pobreza, a maioria dos seres humanos que estão encarcerados serão tratados nos
presídios como coisas, e fora de lá as vozes fascistas seguem gritando que aos
encarcerados não deve haver nenhum direito humano.
O Estado tenta ocultar os seres humanos que foram exterminados. Tenta esconder a
miséria extrema que entrega ao crime milhares de jovens, em sua maioria absoluta
pobres e negros que são segregados por essa sociedade capitalista.
Vivemos um momento no Brasil, que o Capital avança em liberar seus agentes
fascistas paras disseminar o ódio de classe, que tratam pobres encarcerados como
escória e homossexuais como aberração a serem exterminados, que trata mulheres
como mercadorias a serem submetidas, subjugadas e assassinadas. Ao mesmo tempo
que faz isso, avança contra direitos contra as mulheres, homens, homossexuais,
negros, brancos, indígenas que fazem parte de uma mesma classe, a classe
produtora de riqueza, a classe trabalhadora.
O mesmo governo que diz que o aconteceu em Manaus foi um acidente, é o governo
que deu um presente de Natal para os patrões há poucos dias: desmontar a
Previdência, piorar ainda mais os serviços públicos em saúde e educação,
aumentar a jornada de trabalho, diminuir salários e direitos, ou seja, aumentar
a exploração contra o conjunto dos trabalhadores.
Não se submeter a indiferença, não aceitar como natural a barbárie e não ficar
apenas na indignação: É preciso romper com as cercas que tentam nos dividir como
seres humanos desiguais, quando desigual é a sociedade capitalista que explora o
conjunto dos trabalhadores independente de nossa cor ou orientação sexual.
Romper as cercas dessa sociedade capitalista que tenta manter e ampliar as
condições que levam nossos jovens para a morte, seja no tráfico, na violência
policial dentro e fora dos presídios. Romper as cercas da alienação e retomar as
grandes lutas capazes de derrotar o Capital e seu Estado que tentam ampliar
ainda mais a exploração e a opressão contra o conjunto da classe trabalhadora.
A solidariedade deve ser de classe, com aqueles que perderam seus filhos e
companheiros.
Responder contra a barbárie, colocando a indignação em movimento e ampliando a
luta contra o Capital e seu Estado.

In
INTERSINDICAL
http://www.intersindical.org.br/mobilizacao/noticias2/item/1309-e-isso-que-produz-o-capitalismo-a-barbarie-genocidio-em-presidios-crimes-de-odio-mais-violencia-contra-os-pobres-mulheres-homossexuais
8/1/2017

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