quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

REVELAR O QUE PATRÕES E O GOVERNO TENTAM ESCONDER. AMPLIAR A LUTA EM CADA LOCAL DE TRABALHO, MORADIA E ESTUDO CONTRA O MASSACRE AOS DIREITOS



Intersindical
 
  
A cada saída de suas próprias crises, os capitalistas aproveitam para
intensificar o ataque aos trabalhadores. E dessa vez no Brasil, os patrões
conseguiram um governo biônico para tentar acelerar e impor uma das principais
reivindicações patronais: detonar com a legislação trabalhista, permitindo a
redução salarial, a eliminação de direitos e o aumento da jornada de trabalho.
Esse é o pacote de Temer/PMDB que vai chegar em regime de urgência no início de
fevereiro ao Congresso Nacional, ou seja, o governo tenta mostrar serviço ao
Capital o quanto antes, pois como também está enlameado nos atos de corrupção,
quer passar o trator nos direitos trabalhistas ante qualquer possiblidade de ser
o próximo a ser retirado da cadeira da Presidência.
A CONIVÊNCIA QUE TANTO BEM FAZ AO PATRÃO: logo depois do anúncio do pacote que
massacra os direitos dos trabalhadores, a maioria das centrais sindicais além de
não revelar o objetivo desse pacote, silenciaram sobre a necessidade da greve
geral para enfrentar mais esse ataque contra os trabalhadores.
Ao contrário da defesa dos trabalhadores, o que viu foram elogios à proposta do
governo. A Força Sindical já de início elogiou a proposta do governo, dizendo
que ela traz um avanço na relação capital e trabalho. Para a Força Sindical, uma
central sindical criada com o apoio direto da FIESP (Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo), impor o negociado acima do legislado é estender para o
conjunto dos trabalhadores o que eles já praticam: a aceitação de acordos em que
salários e direitos possam ser reduzidos. A UGT que regularmente tem sido
chamada para encontros com o governo, fez festa em sua própria defesa dizendo
que Temer atendeu seu pedido de não enviar uma Medida Provisória, mas sim um
Projeto de Lei para o Congresso Nacional. Escondem que o tempo maior que querem
para debater o pacote, não é para enfrentá-lo e sim para tentar impor a
aceitação desse massacre contra os direitos.
Já a CUT disse que o pacote é “autoritário e inapropriado para o momento” e que
foi um absurdo apresentá-lo às vésperas do Natal. Ou seja, depois podia?
Inapropriado por que? Porque não foi o seu governo que o apresentou?
O fato é que todas essas centrais já se submeteram aos interesses patronais
aceitando nas negociações a redução de direitos. Em todos esses acordos em que o
negociado prevaleceu sobre o legislado o que impera não é o avanço de diretos,
mas sim o retrocesso.
A LUTA TEM QUE SER PRA VALER: a proposta de desmonte da Previdência já está em
andamento no Congresso Nacional, o pacote contra os direitos trabalhistas chega
nos próximos dias e não há alternativa de remediar ou remendar projetos que tem
em seu centro o objetivo de acabar os direitos.
A pressão no Congresso e no governo não adianta se for para reformar a reforma,
a luta tem que ser para impedir esse massacre contra a classe trabalhadora que
chamam de reforma e isso não se faz nas salas confortáveis do Palácio do
Planalto ou do Congresso, isso se faz nas fábricas e nas ruas, parando a
produção e a circulação de mercadorias.
Há cem anos acontecia uma grande greve geral no País na qual a cidade de São
Paulo parou. A greve geral de 1917 mobilizou a classe trabalhadora que amargava
jornadas de mais de 16 horas, arrocho salarial e péssimas condições de trabalho.
Nesse período os direitos que hoje querem nos arrancar eram ainda
reivindicações, e foi em sua prática solidária que os trabalhadores construíram
também as Associações de Mutua Ajuda, ou seja, os direitos trabalhistas. A
Previdência Social não foi concessão dos patrões ou do Estado, são fruto da luta
e da ação própria da classe trabalhadora.
A greve geral continua a ser um dos instrumentos mais poderosos da classe
trabalhadora para defender seus direitos.
Portanto é mais do que hora de construir de fato as condições para a necessária
greve geral, revelando ao conjunto dos trabalhadores aquilo que o governo, os
patrões, seus meios de comunicação e também os pelegos presentes no movimento
sindical tentam ocultar: não se trata de uma reforma para manter e ampliar
empregos, se trata de acabar com os mínimos direitos que milhares de
trabalhadores que vieram antes de nós tanto lutaram para que fossem garantidos.
O Capital e seu Estado mentem ao dizer que é preciso reformar a Previdência e a
legislação trabalhista, pois estão preocupados em proteger as futuras gerações,
a verdade de sua preocupação é: garantir que essa e as futuras gerações de
trabalhadores tenham cada vez menos direitos, para que os capitalistas
concentrem cada vez mais riqueza.

In
INTERSINDICAL
http://www.intersindical.org.br/mobilizacao/noticias2/item/1311-revelar-o-que-patroes-e-o-governo-tentam-ocultar-para-ampliar-a-luta-em-cada-local-de-trabalho-moradia-e-estudo-contra-o-massacre-aos-direitos
23/1/2017

Nenhum comentário:

Postar um comentário