quarta-feira, 22 de junho de 2016

Pelo menos 12 mortos e 25 desaparecidos por repressão em Oaxaca



Telesur

Adital


A CNTE publicou os nomes dos extraviados. Os professores continuam unidos e
mobilizados apesar do assédio policial.



Até agora somam 12 mortos, 25 desaparecidos e dezenas de feridos, após o brutal
despejo de professores no sulista estado mexicano de Oaxaca, por parte da
polícia, assim informou a Coordenadora Nacional de Trabalhadores da Educação
(CNTE).

A correspondente da teleSul no México, Aissa Garcia, detalhou que do total das
mortes, 10 ocorreram em Nochixtlan, uma em Hacienda Blanca e outra em Juchitán.

Da mesma forma, Garcia informou que, durante os atos repressivos, cerca de 64
professores foram detidos, assim como outros 15 líderes magisteriais.

Mais cedo, circulou nas redes sociais uma lista com os nomes de 22 pessoas que
se encontram desaparecidas depois da brutal repressão por parte das forças
policiais contra os maestros que se manifestavam contra a reforma educativa
impulsionada pelo presidente do México, Enrique Peña Nieto.

Em entrevista à teleSur, o presidente da Liga Mexicana de Direitos Humanos,
Adrián Ramírez, expressou sua preocupação pelos desaparecidos, devido a que no
país existe o antecedente dos 43 estudantes de Ayotzinapa, cujo caso ainda não
está resolvido.

O porta-voz acrescentou que parte destas pessoas podem estar detidas.

Neste sentido, Ramírez disse que é frequente que as detenções se oficializem
depois de horas do desaparecimento das pessoas quando, posteriormente, vão a
aparecer em centros de alta segurança.

"Existe uma grande quantidade de pessoas classificadas como desaparecidas e,
portanto, a autoridade tem que responder", assinalou.

As mobilizações continuarão

O correspondente da teleSul, Fernando Camacho, informou que a previsão é que as
mobilizações e os bloqueios nas estradas sigam para exigir que não haja
repressão e reiterar a solicitude de diálogo ao Governo.

Camacho detalhou que em Oaxaca se vive um ambiente de muita tensão e indignação
pela repressão e confirmou que dois jornalistas foram assassinados em Juchitán.

Apontou que ocorreram alguns saques conferidos pela CNTE a grupos de
provocadores. A finalidade dos mesmos é responsabilizar logo aos professores
para reprimí-los, disse a CNTE citada pelo enviado especial.

Pedem intervenção de observadores internacionais

Por sua parte, Daniela González López, do Observatório de Direitos Humanos dos
Povos capítulo Oaxaca, desmentiu as versões que maneja o governo e destacou que
hoje mais do que nunca os maestros e o povo estão unidos em defesa da educação
pública.

Em entrevista à teleSul, condenou a repressão e advertiu que o ocorrido em Oaxaa
atenta contra os direitos fundamentais da população e do magistério.

Também denunciou que durante a desocupação havia integrantes da polícia
preventiva vestidos de civil e francoatiradores efetuando disparos.

Solicitou ademais a intervenção de organismos de Direitos Humanos, das Nações
Unidas e de observadores internacionais para que obtenham informação sobre as
violações que estão sofrendo e façam um monitoramento para a defesa dos Direitos
Humanos.

Contexto

O Comissionado da Polícia Federal, Enrique Galindo Cevallos, reconheceu na noite
de domingo que elementos de sua corporação estavam sim armados durante o brutal
despejo de professores em Oaxaca, cujo governador Gabino Cué disse que eram
seis mortos e 51 feridos, além de 25 detidos, segundo dados da promotoria.

A CNTE tem cerca de 200 mil afiliados no México, 80 mil deles em Oaxaca, e é um
dos grêmios latino-americanos que durante anos manteve sua luta por melhores
reivindicações e benefícios sociais.

Organizações sociais, acadêmicos e intelectuais do México e outros 14 países
instaram ao governo de Enrique Peña Nieto a não reprimir mais as manifestações
do sindicato dos professores e que, em lugar disso, se sente com o grupo que
exige "justas demandas" e busque soluções apropriadas.

Sob a premissa de "elevar a qualidade educativa do país", a reforma educativa de
2013 impulsionada por Peña Nieto planeja a avaliação obrigatória, para que os
professores possam ingressar e se manter dentro do sistema educativo.

Os docentes querem, entre outras coisas, revogar esta disposição que causou
milhares de demissões injustificadas.

Enquanto no mundo cresce o repúdio internacional contra esse ato de violência
que acaba com a vida de manifestantes.

A notícia é da TeleSul.

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21/6/2016

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